domingo, 23 de março de 2008

Bilhetinho

Revirando prateleiras internas consigo perceber uma espécie de obsceno abandono, não sei quando deixaremos de cirandar na confusão.Debaixo da cama há um monstro, o criei com fagulhas de alumínio e ousaria dizer que o pari no desespero, é roxo como um dia de março, porém incapaz de iluminar.Minha atrocidade por vezes atormenta-me,não como um conto ou literatos inaceitáveis,mas sim com voracidade,o monstro devora pequenos fracassos rotineiros,jamais importou-se com metáforas,nunca o definiram.


Não entendo ao certo o motivo que levou-me a tecer explanações sobre meu monstro,é o fim do caminho na estrada de tijolos entupidos de vômito.Deus defeca!? Ainda o cultivarei ao longo da vida, é um monstro e merece alimento-respeito-e-dignidade-similar,volto a afirmar é Meu Monstro,apenas.Não há necessidade de lastimar por problemas de peso ou leveza,todos somos plumas e containeres de ressentimento.Um dia é provável que compreendamos a natureza de cada instante não-sublime,não há doçura em dias de Março.Açúcares nunca saberei o quão necessários são,agosto tem pés de barro e citações aos berros,eterno.Sorriso e coração selvagem,não creio que haja possibilidade real de traçar-se uma linha sob as selvas internas,ponha fogo e delate-se na chuva,não tema.

São meros delírios de quem tem sequer um afeto real pelo qual crescer, delicados e atrozes sentimentalismo de alguém possuidor de um coração que cometeu o abandono obsceno, sim.Explico-me: abandonar exige mais do que qualquer violência, o coração explodiu em letras tipicamente desorganizadas, o arremessei no ralo e segundos depois fui com ele.Então nasce a história de uma garota-exatamente era uma garota -constituída de areia que desejava erguer seu império no mar,quando não ouve mais o que dominar desejou derreter-se a embriaguez amarga,um condizente com o começo.Antigamente possuíamos um monstro que porventura resiste, o motivo é sua inteligência sagaz, ao perceber a fartura de fracassos resolveu alimentar-se unicamente disto,completamente esperto.Não existe higiene mais eficaz quando o assunto é purificar aquilo que tem de dar sentido a carne morrer no mar, secamente: abdicar de dançar tango em poços fundos-secos-cegos para lançar-se a para própria imensidão, ah que primor morrer afogando-se em sal, puro sal.Não evite tempestades é possível que sejam imprescindíveis para a descoberta de fósseis, atalhe dentre carros vermelhos e brinque com fogo.Escute: conselho é para se doer com conhaque, esquenta.Acentuação gráfica limita os literatos do sentimento.O vocábulo ainda é morte, absolutamente é um crime não se perder em enleios quando se percebe a necessidade- inútil- de expressão.
Calando se observa melhor, é preciso enxergar mais.Iremos sim,além do espaço entre o pontuar e conjugar,chega de conversa.Enfim,juramos não mais errar!?Optamos por jamais acertar.Eis a questão morrer no mar ou virar monstro-de-dia-roxo-de-março!?Confusão entre luz e espuma.O amor morre em metáforas e erros parafraseados de supermercado,o amor mata.

http://www.publicarock.com/

Um comentário:

Tainá Dietrich disse...

Adorei o texto *.*
é seu seu???
Adorei os questionamentos,e as criticas nomeadas certas (:

bejo guria ;*
(atualizei o meu la ;X)