sábado, 24 de maio de 2008

As vezes!

Às vezes, repentinamente, eu queria ter alguma coisa, qualquer coisa que não fosse efêmera e que dependesse única e exclusivamente de mim, uma planta ou até um animal de estimação, só para poder matar, assim então eu poderia descrever o prazer de destruir algo por completo, talvez até entendesse o motivo para as pessoas gostarem TANTO de fazer isso comigo, devo ser um bom alvo, fácil, ali sorrindo e pedindo um soco para fazer o sangue chegar até os dentes e engolir novamente, sou contra o desperdício.Eu me conheço tão bem a ponto de já ter esquecido como eu pude achar graça em coisas extremamente tolas e que no fim acabaram me ferindo mais. Talvez o encantamento seja exatamente este, ver a ferida cada vez mais podre, escorrendo, ardendo, sem medicações. Queria poder gritar por aí “devolvam minha vida”, mas não existem culpados, não foram os nazistas sequer os portugueses, fui eu mesma e sozinha, se não existo é por mérito próprio, assumo. O problema das coisas tolas-e-que-só-cortam-mais-fundo não é acha-las bonita num dia de chuva onde o que resta é a depressão e sim deseja-las oito-dias-na-semana e querer mais do que qualquer outra coisa, como diria caio “querer vadia e humanamente”, assim, com exatidão e só com o vermelho sanguíneo manchando as paredes, ouvido a voz rouca “so saaad honey.”, porque não há salvação, definitivamente.Já fiz tudo, e acho que eu bem posso falar isso quando e como quiser, pois tenho certeza ABSOLUTA. Apertei todos os botões, acendi uma fogueira, mudei a cor do cabelo e nada nunca resolveu, conclui então que não tenho facilidade para representar algo na vida alheia, eu sou apenas aquilo que sempre falei que gostaria de ser “irrelevante”, é como uma vírgula perdida ou a mancha rosa de batom na minha parede, ninguém nota, ninguém questiona e ninguém gosta.E eu fico sozinha, chorando no escuro, exausta-suando-arrancando-as-coras-vocais, dizer é sempre um grande pecado, ou então opto pelo sono, é um desconsolo mais elegante, ainda mais quando não se tem educação. Sem remédios. Sem salvações. Acreditar é bom, mas um dia cansa, infelizmente eu sou tão agraciada que para mim esse dia parece estar cada vez mais distante. Enfim.

Um comentário:

Tainá Dietrich disse...

Oi :/
O texto ta maravilhoso mary,mas...
poxa vida tão triste esse teu estar :/³
preciso falar contigo,saber o que aconteceu(ou não)
saudades enormes³
e voce não é irrelevante!;P

adoro-te
bejo
;*