segunda-feira, 14 de abril de 2008

vida!


Tá...Hoje talvez o post seja depressivo. Porque é assim que eu estou me sentindo.Talvez tenha umas tiradinhas irônicas. ;D E provavelmente, vou me lembrar de alguma peripécia infantil.



amigo: do Latim amicu. o que quer bem; favorável; partidário; aliado; afeiçoado; que tem amizade.amizade: do Latim amicitate. afeição; amor; boas relações; laço cordial entre duas ou mais entidades; dedicação; benevolência.



Passei hoje por um amigo de infância. Ele estava no terreno da casa dele, e estávamos separados por um portão:- E aíííííí?- E aí? Beleza?- Beleza.Continuei andando. E ele continuou o que estava fazendo.
Há vários anos atrás, bincávamos juntos todos os dias. Ele era o meu parceiro de peripécias infantis.
Lembro da vez em que nos trancamos no quarto da mãe dele. Ele tinha uma carroça de ferro e vários soldadinhos de plástico. Pegamos fósforos, jornais e colocamos fogo nos soldadinhos dentro da carroça. A fumaça saindo por debaixo da porta alertou a mãe dele, que logo achou que estávamos mortos e começou a socar a porta desvairadamente.Tentamos disfarçar o estrago e abrimos a porta.Apanhamos. Mas apanhamos juntos.
Numa festa de aniversário dele, em que ele ganhou um kit do Batman, com o cinto de utilidades e tudo. Escalamos as grades da janela, os caminhões da loja de materiais de construção do pai dele, o muro de casa e tudo que fosse lugar em que conseguíssemos encaixar o morcego da ponta da corda.Incrivelmente, não caímos nenhuma vez.
Fizemos muitas coisas juntos...Acho que ele foi o meu primeiro melhor amigo.E hoje, simplesmente dizemos "e daí?" um pro outro e nunca mais paramos pra conversar.Se não fosse minha avó, eu nem saberia que ele já é pai.
Depois dele, vieram os amigos de colégio.Meu melhor amigo foi o meu primeiro amor. E nunca nem nos beijamos.Passávamos dias inteiros infurnados dentro de um quarto, com a luz apagada, com um fogareirinho feito por nós mesmos, jogando conversa fora.Lembro que ele chegou a mandar uma carta pro "namoro ou amizade" do Sílvio Santos, porque eu não dava bola pra ele.Eu queria matá-lo. Falei que se a carta dele fosse escolhida, eu o matava.Claro, que na época, eu nem pensava que o Sílvio não escolheria NUNCA a carta de duas crianças.Trocávamos cartinhas de amor, mas eu não deixava nem ele pegar na minha mão.Fazíamos todos os trabalhos de escola juntos, trocávamos olhares, mas nunca passou disso.Aliás... ficamos 5 anos nisso. Até que ele reprovou e saiu do colégio.Não lembro de ter chorado tanto por causa de alguém.
Eu, esse amigo e mais um outro, saímos pra andar de roller.Saímos pela rua em fila indiana.Um deles se desequilibrou e tentou segurar no do meio, que tentou segurar em mim que tentei segurar em... NINGUÉM!Caímos, os três.
Teve até uma vez em que junto com esse outro amigo, fomos visitar o amigo-amor quando ele estava com cachumba.Passamos o dia inteiro infurnados no quarto dele, pra ver se pegávamos cachumba também.Não funcionou.
Aliás, encontrei esse outro amigo esses dias no centro. Ele sim, parou pra conversar comigo.Perguntou como eu estava, onde estava estudando. Mantivemos um diálogo de uns 15 minutos.Muito melhor do que o "e daí?". Mas mesmo assim... éramos dois estranhos.
O amor-amigo então. Nunca mais vi.Uma vez, quando eu não estava morando com meus pais, ele ligou aqui em casa, porque ficou sabendo (não sei como até hoje), que eu tinha quebrado o pé. A minha avó, fez o favor de dizer que eu não morava mais aqui e não deu nem o meu número novo pra ele.Foi a última vez que tive notícias dele.
Então, descobri que as pessoas vão se afastando com o tempo.Que ninguém vai ser amigo pra sempre.Que a única coisa que resta, são as lembranças.Uma foto no orkut, no mural do quarto, um depoimento, um post no blog, uma cartinha, uma assinatura num quadro, um vídeo.São as únicas coisas que vão te fazer lembrar das pessoas que um dia foram tão importantes pra ti.
Dizem que amigos de verdade, podem ficar meses, ou até anos sem se ver, que quando se encontrarem, vai parecer que esse tempo não existiu.
Mentira!
Vocês serão dois estranhos, sem assunto.Estarão chateados, um com o outro, porque um nunca mais falou com o outro no MSN, porque o um, sempre acha que o outro é quem tem que dar o primeiro oi. Porque mesmo o outro dando o primeiro oi, o um não continua a conversa. Responde o oi, e acha que fez a sua parte.A conversa morre ali, porque um não pergunta pro outro como o outro está.E vai ficar aquela mágoa, porque aquela foto de vocês do orkut, que fazia tu ter certeza que ainda restava um pouquinho de saudade (ou uma lembrança) daquela amizade que pra você(s) foi a melhor coisa que aconteceu na sua(s) vida(s), não está mais lá.Que vai fazer tu pensar que foi trocado por novos amigos (e foi), ou por um novo(a) namorado(a). E o outro vai negar. Sempre vai negar.Vai dizer que tu está viajando. Vai dizer que não colocou nenhuma foto sua por esquecimento. Ou nem mesmo vai dizer o porque não colocou. E talvez, tu nem pergunte.
Tu vai fingir que acredita, mas sabe, que no fundo, está sendo esquecido. E vai acabar sendo mesmo, porque daqui há mais uns meses, vocês vão se tornar os mesmos estranhos que aqueles seus melhores amigos de antes se tornaram.
Tu vai entrar no orkut do seu amigo, só pra ver que não resta mais nenhum vestígio de tu lá. E vai ficar triste quando descobrir que não há mais nenhuma lembrança tua.
E tu, vai tentar, assim como eu, mas não vai conseguir entender como isso aconteceu.

2 comentários:

Unknown disse...

Bah,adorei o texto Mary!
Muito bom mesmo,e o pior q eh bem assim mesmo :/
Ja encontrei tantos amigos na rua e sempre eh uma conversa de minutos super estranha o.0
É uma pena mesmo,a nossa vida vai sempre se renovando,por mais q agente nao queira neh?nem pede permissao e vai tirando algumas pessoas dos nossos caminhos e do dia-dia.
Ai ai ... ó vidah! ^^
bejo guria sumida
;**

Larissa disse...

Oi! Não te conheço... Na verdade nem sei como cheguei até aqui, mas o fato é que adoro xeretar blogs alheios (eles sempre são fontes de inspiração, sem contar que nos ajudam a enxergar o mundo com outros olhos). Gostei muito deste post falando sobre amigos de infância, acho que uns 80% desse texto se encaixa perfeitamente na minha vida (pois também já tive grades amizade que achei que fossem durar para sempre...). Apesar de ter me gerado um certa nostalgia (e talvez este seja o opropósito do texto), não posso deixar de lado o fator veracidade de tudo que foi escrito aqui. Gostei, gostei mesmo!
Parabéns!

Por isso que não me arrependo de "catar" tantos blogs desconhecidos por essa internet afora!

Abraço, Larissa.